Nesta segunda-feira, 28 de agosto, a Ucrânia anunciou a recuperação de uma pequena localidade na frente de combate sul, marcando um avanço significativo em sua difícil contraofensiva contra as linhas de defesa russas. A vice-ministra ucraniana da Defesa, Ganna Malyar, declarou: “Robotyne foi liberada. Nossas forças estão avançando para o sudeste de Robotyne e o sul de Mala Tokmachka.” Essa localidade está localizada no eixo de ataque das cidades de Tokmak e Melitopol, que estão atualmente sob ocupação russa.
O objetivo de Kiev é romper a continuidade dos territórios ocupados por Moscou no sul e no leste do país. Com a retomada de Robotyne, o Exército ucraniano espera abrir uma brecha na frente sul. No entanto, para alcançar esse objetivo, enfrenta obstáculos como trincheiras, barreiras antitanque e campos minados espalhados pelas forças russas. As autoridades ucranianas relatam que os avanços estão sendo realizados de forma lenta, porém segura, enquanto Moscou insiste em que a contraofensiva ucraniana está falhando.
Na frente leste, as tropas ucranianas também conseguiram recuperar um quilômetro quadrado ao sul de Bakhmut, uma cidade que havia sido capturada por Moscou em maio.
Ao mesmo tempo, a Rússia continuou sua campanha de bombardeios, resultando na morte de pelo menos duas pessoas em um ataque contra uma instalação industrial na região de Poltava, no centro da Ucrânia. Cinco pessoas ficaram feridas no incidente, de acordo com informações da polícia. Andrii Yermak, chefe da administração presidencial ucraniana, relatou nas redes sociais que as forças russas haviam atacado uma instalação petrolífera na localidade de Gogoleve, onde dois trabalhadores perderam a vida. Por outro lado, Moscou afirmou que os ataques tinham como alvo um armazém de armamento.
O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), um centro de análises pró-Ocidente, observou que a Rússia mobilizou consideráveis recursos para defender as posições que atualmente está cedendo e questiona se Moscou terá a capacidade de fazer o mesmo com as próximas linhas de defesa. “As forças russas comprometeram uma quantidade considerável de material, esforços e homens para manter posições de defesa onde as forças ucranianas estão penetrando”, destacou o ISW.
Para as autoridades ucranianas, cada localidade reconquistada representa um revés para as ambições do presidente russo, Vladimir Putin, um ano e meio após o início da invasão. Mikhailo Podolyak, conselheiro da presidência ucraniana, enfatizou que “toda a legitimidade de Putin diante da elite russa se deve ao fato de que ainda não perdeu a guerra. Quanto mais a Rússia perder o controle dos territórios ocupados, mais rápido diminuirá o apoio ao regime.”
