Transtorno de personalidade narcisista nas mães reflete nos filhos

Conheça o perfil de uma mãe narcisista e entenda como lidar

 

Muitas famílias lidam com distúrbios e transtornos apresentados por algum de seus membros. É o caso daquelas que convivem com uma mãe narcisista. Você já ouviu falar desse termo? Ele tem sido cada vez mais discutido dentro e fora da internet, principalmente em grupos das redes sociais. 

Compreender o assunto é importante para identificar as características do perfil e, assim, buscar formas de ajudar quem lida com o problema. Para contribuir com essa missão, a psicóloga do Hospital Santa Mônica, Ayde Câmara, traz algumas informações relacionadas ao Transtorno de Personalidade Narcisista (TPN). 

Acompanhe e tire as suas principais dúvidas!

O que é uma mãe narcisista?

Antes de começar a falar sobre o perfil, vale a pena entender a origem do termo narcisismo. A palavra remete ao famoso personagem Narciso, da mitologia grega. Ele era um rapaz jovem e bonito que, encantado com o próprio reflexo observado nas águas de um rio, acabou se afogando.

Hoje, o narcisismo é usado para descrever a personalidade de quem é extremamente apaixonado pela própria imagem. Também é um termo associado a um transtorno que compromete diferentes tipos de relações. No campo familiar, tanto os pais quanto os filhos podem apresentar esse quadro.

A mãe narcisista é, portanto, a mulher que apresenta narcisimo materno patológico. O perfil se caracteriza por ter opinião elevada sobre si, exigir admiração constante e crer que outras pessoas são inferiores. Por isso, gera comportamentos abusivos que prejudicam a saúde mental dos jovens que convivem com ela.

Quais são os comportamentos comuns?

A conduta das pessoas que sofrem desse transtorno pode variar, mas alguns sinais são bem recorrentes. Uma característica bastante percebida, por exemplo, é a falta de empatia. Isso significa a incapacidade de se colocar no lugar do outro ou de validar os sentimentos de terceiros.

Inclusive, estudos baseados em exames de imagem mostraram que os indivíduos com Transtorno de Personalidade Narcisista têm volume de matéria cinzenta reduzida na área do cérebro que está associada à empatia e à compaixão. Trata-se da região conhecida como ínsula anterior.

Veja outros comportamentos comuns de uma mãe narcisista:

  • em qualquer evento ou situação, indica a necessidade constante de ser o centro das atenções;
  • sentimento exagerado de auto importância, o que faz com que exija tratamento especial;
  • exploração de terceiros, especialmente dos filhos, para obter ganhos pessoais;
    sinais de arrogância no modo de falar e fazer as coisas;
  • preferência explícita por determinado filho;
  • costume de fazer comparações entre pessoas, enaltecendo algumas para ferir outras;
  • manipulação e chantagem para conseguir o que quer, sem pensar nos desejos dos demais;
  • fixação por fantasias de poder e jogos que a coloquem em um espaço de superioridade.

As variações súbitas de humor fazem com que muita gente confunda o perfil narcisista com o indivíduo que sofre de Transtorno Bipolar. De qualquer forma, a mudança repentina no modo como uma mãe age pode provocar danos à saúde física e mental de crianças e adolescentes.

Há algum tipo de diagnóstico?

É importante destacar que pessoas com Transtorno de Personalidade Narcisista nem sempre têm consciência desse estado. Muitas delas nasceram e cresceram em lares abusivos, portanto, acreditam que vários dos comportamentos negativos são normais ou aceitáveis.

Quando formam suas próprias famílias, as mulheres narcisistas continuam reproduzindo as práticas experimentadas na infância ou adolescência. Dessa forma, acabam ferindo seus próprios filhos e agindo como se tudo estivesse perfeitamente equilibrado na relação.

Como cada indivíduo apresenta variações nos sinais, nem sempre é fácil identificar uma mãe narcisista. A investigação sobre um possível quadro costuma ser feita por profissionais que estudam e trabalham na área da saúde mental. Geralmente, os familiares confirmam a suspeita com psicólogos.

O especialista vai avaliar a presença de determinados padrões de comportamento para classificá-los e oferecer o diagnóstico. Se for confirmada a existência do transtorno, a paciente será informada sobre as práticas e os medicamentos que podem atuar no controle da patologia

Como lidar com uma mãe narcisista?
 

Os psicólogos entendem que há diferentes formas e graus do Transtorno de Personalidade Narcisista. Dessa forma, é esperado que cada caso envolva um conjunto específico de métodos. A definição do melhor processo terapêutico vai depender da análise profissional e do interesse do próprio paciente.
 
Nas situações em que a mulher aceita ajuda, é possível ter bons resultados com trabalhos que envolvam a compreensão dos próprios sentimentos. A criação de mecanismos de autoestima que não envolvam jogos de poder também é favorável ao bem-estar da paciente.
 
Ao fazer esse tipo de exercício, a mãe narcisista poderá aprender novas formas de obter admiração, sem que precise passar por cima das necessidades de terceiros. Com apoio adequado e constante, verá que existem maneiras mais saudáveis de demonstrar autoconfiança e provar seu valor.
 
Mas e quando a figura materna nega que tem algum problema? Para as crianças e os adolescentes fica mais complicado, já que são totalmente dependentes dos pais. Uma saída temporária é garantir que tenham o apoio de outro adulto para monitorar e amenizar possíveis condutas inadequadas da figura materna.
 
Quem cresce sob os cuidados de uma mãe narcisista pode encontrar dificuldade para cortar relações. Ainda assim, vale a pena fazer o esforço de se afastar aos poucos, a fim de conquistar independência e manter um distanciamento. Isso vai ajudar a manter a relação mais tranquila e minimamente saudável.

Quando procurar ajuda?
 

Os filhos de narcisistas tendem a deixar as próprias necessidades de lado para evitar conflitos com a genitora. Também é comum que tenham autoestima abalada e encontrem dificuldades para expor suas angústias. Se você se sente assim, não deixe de buscar ajuda especializada.

Como dito, profissionais da área da saúde mental são os mais recomendados para avaliar o quadro e auxiliar os familiares. Então, contate um psicólogo de confiança para diagnosticar, orientar e acompanhar cada passo do processo terapêutico

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