Rússia faz ataque sem precedentes na Ucrânia um dia após Kiev e China discutirem solução para guerra

No dia 17 de quinta-feira, a Rússia realizou um ataque sem precedentes à Ucrânia, coincidindo com a presença do enviado especial da China em Kiev para discutir soluções políticas para o conflito que já se estende por dois anos. De acordo com a Força Aérea ucraniana, em comunicado divulgado no Telegram, eles conseguiram derrubar 29 dos 30 mísseis de cruzeiro lançados pelos russos, além de quatro drones. A Rússia intensificou os ataques com mísseis nas últimas semanas, mesmo diante dos alertas da Ucrânia sobre uma possível contraofensiva. A administração civil e militar de Kiev destacou a natureza sem precedentes dos ataques russos deste mês, em termos de potência, intensidade e variedade.

Houve um incêndio em uma empresa após a queda de destroços de um projétil, mas não foram registradas vítimas, segundo o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko. Na cidade portuária de Odessa, no Mar Negro, uma pessoa morreu e duas ficaram feridas quando um míssil atingiu uma infraestrutura industrial, de acordo com uma fonte militar. O exército também relatou ataques com mísseis na região de Vinnytsia, localizada no centro do país, enquanto a imprensa mencionou explosões em Khmelnytskyi, localizada a quase 100 quilômetros a oeste de Kiev. Os bombardeiros estratégicos russos lançaram mísseis da região do Mar Cáspio, seguidos por drones de reconhecimento que sobrevoaram a capital, conforme as autoridades. Segundo eles, o objetivo dos ataques foi alcançado, com a detecção e destruição de todos os alvos inimigos no espaço aéreo de Kiev. Moscou também afirmou que a movimentação das tropas ucranianas foi afetada, mas o ministério russo não especificou quais alvos foram atingidos, apenas mencionou a destruição de “grandes depósitos de armas e munições”.

Esses ataques ocorreram em um momento em que o representante chinês estava na Ucrânia para discutir uma solução política para o conflito. No dia anterior, Kiev e Moscou concordaram em prorrogar o acordo para a exportação de grãos ucranianos, o que foi considerado um exemplo raro de cooperação durante o conflito. No entanto, os ataques russos levantaram dúvidas sobre a viabilidade desse acordo. Além disso, um trem que transportava cereais descarrilou na península da Crimeia, anexada por Moscou, sem causar vítimas, de acordo com as autoridades russas, que atribuíram o incidente a um ataque. O serviço ferroviário local afirmou que o descarrilamento foi causado por “terceiros”, sugerindo um ato de sabotagem. Várias fontes relataram que o descarrilamento foi resultado de uma explosão.

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