Por: Maicon Ribeiro – Psicólogo, Terapeuta e Instrutor de Processos de Consciência
Por quantas vezes nós nos encontramos em relacionamentos
que constantemente nos cobram que sejamos diferentes?
Muitas vezes nos submetemos e aceitamos essas situações porque ali nós recebemos algo em troca que na maioria das vezes codificamos como amor.
Podemos entender que o Amor é a energia primordial do universo, a que cria e constrói tudo e que ela se dividi em dois caminhos: o Amor condicional e Amor incondicional.
Em relacionamentos tóxicos e abusivos nós encontramos em sua gênese a condicionalidade – “eu te amo e te aceito apenas se algo acontecer…” e em algum ponto de nossa existência aprendemos isso como verdade pelos filmes, histórias de romance e fantasias do coletivo, romantizando os abusos que podem acontecer dentro de uma relação sejam elas com um parceiro ou até mesmo familiares e amigos, passando a acreditar que esse amor deveria passar por provas para existir ou para ser verdadeiro.
Daqui são formadas dinâmicas como o controle, ciúmes, jogos de provações que se misturam meio aos nossos próprios conflitos e traumas de nossa infância. Nossas relações são espelhos do que tivemos ou nos faltou lá atrás e se algo em sua relação está mal conduzida perceba o que a sua criança ou as dos envolvidos estão querendo comunicar.
Quando há a condicionalidade nesse amor nós não podemos nos expressar na totalidade que somos e logo, o que é a nossa essência pode se confundir com as verdades do outro e vamos perdendo nossa própria identidade, ficando confusos, tristes e isso pode desencadear fatores psicológicos e emocionais. Se lembrarmos que tudo é uma escolha, estamos escolhendo ficar e manter uma relação desse nível também por nossas faltas, dores e carências e quando vamos acessando esses níveis de consciência sobre o nosso Eu, o outro passa a ser uma escolha e não uma obrigação. Pergunte-se: o meu relacionamento hoje é uma escolha ou uma obrigação?
Claro que teremos que nos adaptar a uma nova perspectiva quando escolhemos compartilhar a vida com o outro. Você é um universo, seu parceiro é um outro universo e vocês formam um terceiro universo juntos e dentro dessa nova consciência criada, vocês escolhem o que funciona e o que não funciona para ambos. Podemos optar também por dois caminhos – um amor mais direcionado e estruturado (pois nossa mente foi treinada para isso) estipulando algumas regras ao casal (lembre-se que a fala tem o poder de deixar mais claro o que cada um quer e almeja para si) e também podemos através do desapego, estipular um Amor Livre onde entendemos que relacionar-se não é possuir o outro e essas regras dão lugar a um conceito de liberdade de escolha, traçando apenas o que é a ideia de respeito para cada um envolvido.
Temos um conceito sobre a manutenção da relação na Constelação Familiar que diz respeito ao Equilíbrio de Troca, onde o criador da técnica, o alemão Bert Hellinger diz essa frase: “Quem não troca, não entra no jogo da vida”. A troca envolve dar e se permitir receber.
Reflita se nesse momento suas relações estão em equilíbrio de troca, se não estiverem busque isso junto ao seu parceiro e lembre-se: é você quem é responsável por sua felicidade.
Um grande abraço fraterno!
R. Tiradentes, 2143, Boa Vista 15025-050 São José do Rio Preto, SP