O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou forte descontentamento em relação à carta de condições enviada pela União Europeia para a viabilidade de um acordo econômico com o Mercosul, classificando-a como “inaceitável”. Durante o programa “Conversa com o Presidente”, sua transmissão semanal, Lula afirmou que não se pode permitir que um parceiro comercial imponha condições.
Ele ressaltou que comunicou aos representantes europeus que a carta era inaceitável em sua forma original e continua sendo. Lula argumentou que não é razoável que países ricos descumpram acordos enquanto tentam impor condições aos outros. Durante reuniões com o presidente francês Emmanuel Macron e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Lula criticou diretamente alguns termos do acordo.
O presidente brasileiro enfatizou o objetivo de discutir o futuro do Mercosul, fortalecendo as relações entre Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia. Ele deixou claro que o Mercosul não aceitará que um parceiro estratégico coloque uma espada na cabeça do outro e que pretende construir uma política de benefícios mútuos com a União Europeia.
Lula destacou que o acordo deve ser discutido sem imposições, respeitando a parceria entre os blocos. Ele mencionou a preocupação da UE em relação à origem dos produtos comprados, citando como exemplo o pedido para que o Brasil abra mão das compras governamentais em favor de empresas estrangeiras. O presidente argumentou que essa medida resultaria no enfraquecimento das pequenas e médias empresas brasileiras e na perda de empregos.
O presidente Lula assumiu a presidência rotativa do Mercosul durante a cúpula realizada na Argentina, enfatizando a importância de buscar um acordo equilibrado e benéfico para todas as partes envolvidas.