Moacir Franco está cheio de gás. No ar em “Diário de um confinado” (Globoplay), o ator de 84 anos tem planos de tirar do papel uma série e regravar, para o streaming, canções de sua longa carreira. Ele também se mantém bem ativo no Instagram, onde faz transmissões ao vivo diariamente e conta histórias reais e fictícias:
Eu quis fazer essas lives diárias como se fossem um programa. Comecei a contar histórias, história da Globo, do meu pai, da minha mãe, de quando eu era criança… Nas primeiras vezes, via que acabava a semana e não tinha mais o que contar (risos). Aí passei também a criar. Eu me forço a escrever quatro ou cinco por semana. Comecei do zero e elas se multiplicaram. Busco inspiração numa situação real e dou novos desfechos.
Recentemente, o ator virou notícia ao relatar que tinha sido agredido num assalto. Ao site, ele afirma que passou pelo susto outras três vezes:
— Eu já fui assaltado quatro vezes. Uma vez foi com o revólver na cabela no parque Dom Pedro (no Centro Histórico de São Paulo). Eu estava no carro lendo um roteiro que ia gravar em seguida e, então, o cara encostou o revólver. No susto, gritei: “O que é isso?”. O cara saiu correndo. Em outra ocasião, descendo para o Guarujá, um grupo de adolescentes me enfiou uma faca no pescoço. A sorte é que eles me conheceram e, como eram jovens, fiquei brincando e foram mais tranquilos.
O ator conta que leva jeito para lidar com gente de todas as idades. Pai de filhos de 18 a 62 anos, Moacyr afirma que a troca entre eles, ainda que à distância, é produtiva:
— Consegui me adaptar rápido ao digital. Com meus filhos de 23 anos e com o casal de gêmeos de 18 tive que reaprender muitas coisas. Hoje sou digital, sou roqueiro. Me adaptei à internet, à música atual. Até gosto mais de conversar com gente jovem porque me divirto e não preciso contar tantas histórias de antigamente
televisão, o ator interpretará, em 2021, um idoso com Mal de Alzheimer na série “Segunda chamada“. Ele conta que se inspirou em parentes para construir o personagem:
— Lembrei muito de como eram as minhas avós, os meus pais. Convivi muito com eles. Hoje eu que sou o Matusalém. Mas batalho muito: me cuido, me exercito. Às vezes, às 3h da manhã, estou correndo, levantando meus pesos. Quero estar bem para ser presente na vida dos meus fillhos, que são espetaculares.
O mineiro é pai de Moacyr Franco Jr., de 62 anos; Guto Franco, de 61; Maria Cecília, de 52; Johnny Franco, de 25; e dos gêmeos Ana Helena e Domênico, de 18. Johnny, que é cantor, é um dos que agora tem o pai como fã:
— Ele tem ido muito bem nos Estados Unidos. “Skin”, por exemplo, é uma música de sucesso que ele gravou com Timbaland e Mayra. Johnny já foi aprovado no “Superstar“, fez trabalhos na Disney aqui do Brasil, lá fora começou cantando na rua e agora está conquistando um espaço maior.
Moacyr se emociona ao falar dos filhos:
— O que eu mais queria no momento é ver minha campainha tocando, correr para abrir e dar de cara com a filharada. Todos moram longe, mas não fico um dia sequer sem falar com eles. Até de madrugada eles me ligam. Quero um pote de vitamina que me ponha em pé mais um pouco para abraçá-los bastante.
Após separação de Pâmela Noronha, que era 56 anos mais jovem, o ator conta que sente falta de um novo amor:
— Pâmela (a ex) já está até casada novamente. Sobre mim, eu digo: a coisa mais importante no começo do relacionamento é espontaneidade e admiração. Admiração é o que segura o amor. Na hora que ela cessa, não há amor que tolere. Sou muito carente de contar situações para todo mundo e, quando olho ao redor, não tem para quem contar. Ainda tenho dois ou três amigos que restam, mais próximos. Mas todo o resto desapareceu.
Por Patrícia kogut – o globo