Na quarta-feira, 16 de agosto, o Ibovespa encerrou com um declínio de 0,5%, atingindo a marca de 115.591,52 pontos. Esse resultado marca a 12ª queda consecutiva do índice, com todas as sessões de agosto apresentando desempenho negativo. Esta sequência de perdas representa um marco histórico para a bolsa brasileira, que enfrenta uma situação similar pela primeira vez. A última vez em que houve dez quedas sucessivas foi em 1984.
Além disso, o fechamento atual é o menor patamar atingido pela B3 desde junho de 2023, quando o índice chegou a 115.488 pontos. No acumulado do mês, o Ibovespa registra uma retração de 5,21%. A tendência de queda foi influenciada pela divulgação da ata da mais recente reunião do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos. Durante essa reunião, o Fed optou por elevar a taxa de juros do país para a faixa de 5,25% a 5,50%, alcançando o nível mais alto em 22 anos. A última vez que os juros atingiram 5,5% foi em 2001.
A repercussão dessa medida foi sentida nos principais índices da bolsa norte-americana, todos fechando em queda: o Dow Jones recuou 0,52%, o Nasdaq teve uma diminuição de 1,15% e o S&P 500 registrou uma baixa de 0,76%. O Federal Reserve já vinha avaliando a possibilidade de novos aumentos na taxa de juros para conter a inflação. A ata da reunião de quarta-feira indicou a perspectiva de mais aumentos para intensificar o aperto monetário.
Em junho, o Fed interrompeu o ciclo de elevação da taxa de juros, mantendo-a no intervalo de 5% a 5,25% ao ano. Essa decisão veio após uma série de dez elevações consecutivas nas taxas de juros norte-americanas. A autoridade monetária dos EUA observou que os indicadores recentes apontam para um crescimento econômico moderado no país, com ganhos sólidos no emprego, mas uma persistente elevação da inflação. Ao avaliar o ritmo apropriado para conter essa inflação e retorná-la a 2% ao longo do tempo, o Comitê do Fed levará em consideração diversos fatores econômicos e financeiros, bem como os impactos da política monetária na atividade econômica. Além disso, a autoridade monetária seguirá com a redução gradual de suas participações em títulos do Tesouro e outros ativos, de acordo com o plano anunciado anteriormente.