Este estudo decorre de muita leitura, visualizações de vídeos, conversas com consultores de vendas e até mesmo a parceria com especialista da área, e é um manual para aquisição de veículos.
Foi-se a época em que se comprar um carro consistia em ir a uma garagem ou concessionária, ver um modelo, gostar, bater na lataria para ver se tinha “massa de reparo” e olhar só o valor da parcela para ver se cabe no bolso.
Pelo menos, se não “foi-se”, deveria ter sido.
Há duas formas de se descobrir se uma tomada dá choque. Em uma delas, você estuda tudo o que envolve o processo. Em outra, só enfia o dedo na tomada, e pode ser fatal!!!
Na aquisição de qualquer veículo também é assim.
Vamos ao passo a passo:
1) Descubra seu perfil
Você precisa definir para o que quer o carro. Família aumentou? Busca de status? Impressionar os amigos? Trabalho? Viajar com a família? Busca de maior tecnologia? Enfim, os motivos podem ser vários, mas precisam estar definidos. Isto porque existe um carro para cada tipo de consumidor e definir o seu tipo irá te fazer mais satisfeito ou menos satisfeito.
Você precisa saber, inclusive, se dá mais valor ao prazer que o carro te dá ou ao fato de que ele, aparentemente, não vai te dar problemas mecânicos e possua boa revenda.
Eu, particularmente, gosto mais do prazer que o carro oferece do que ficar pensando em revenda. Comprei para mim, não para o próximo adquirente.
2. Defina o quanto pode investir
O consumidor precisa saber o quanto pode gastar e isto inclui não só o preço do carro, mas a manutenção. IPVA, seguro, tudo isso deve entrar na conta.
Seguro
Você não vai querer comprar um carro e correr o risco de furto na segunda parcela do financiamento, continuar com a dívida e sem carro.
No seguro, só há exceção para quem tem muitos carros, quando a perda de um fica mais barato do que o seguro de todos. Agora, perder mais de um por ano é raro.
Este risco pode ser amenizado contratando um rastreamento de veículos. Os nossos tem o serviço e custam cerca de R$ 80,00 mensais por veículo.
CUSTOS E FINANCIAMENTO
O valor a ser comprometido, em caso de financiamento, deve ser bem considerado.
Precisa-se entender que a maioria dos financiamentos utilizam o carro como garantia de pagamento para o empréstimo. O consumidor toma um empréstimo e dá o carro como garantia. Mas isso não significa que se não pagar basta entregar o carro de volta. Em caso de não pagamento, o Banco busca e apreende o carro e é realizado um leilão. Se a dívida for maior que o valor arrecadado no leilão, a dívida permanece residualmente e o consumidor fica sem o veículo.
Carro blindado
A blindagem é sempre por necessidade. Em grandes centros, onde o risco de ser assaltado é maior, muitos preferem tê-la em seus carros. Contudo, provoca desgaste de peças, suspensão e aumento do consumo de combustível, já que é incorporado ao veículo cerca de 150 Kg a mais.
Outro item importante, consulte a Seguradora para ver se o veículo blindado pretendido pode ser segurado. Carros com mais de cinco anos costumam ser recusados.
Sedas ou SUVs (carros utilitários)
Sedas são mais confortáveis e são os preferidos por vários especialistas como Boris Feldman, engenheiro Eletricista brasileiro, participa do canal Vrum e possui um canal próprio no YouTube
Porém: todos sabemos que a maioria dos consumidores preferem SUVs. São mais altas, mas não necessariamente mais resistentes aos buracos. Pelo contrário, por essa crença equivocada, pode haver desgaste prematuro de peças, como suspensão, já que há menor preocupação pois o carro “aguenta o tranco”
Novamente aqui entra a utilização do veículo. O consumidor vai utiliza-lo para a cidade ou campo. Na região em que utiliza, há muitas valetas e lombadas, neste caso é preferível um carro não muito baixo, pois certamente poderá “raspar” embaixo.
Novos, seminovos ou usados.
Novos são o 0 Km, que, na realidade, geralmente não são Zero. Isto porque envolve transporte da fábrica até o local de vendas por meio de caminhões. A rigor, zero quem dirige é o manobrista da fábrica.
Os carros novos possuem condições mais facilitadas, algumas vezes com taxa Zero, garantias e até revisões grátis por um período.
São mais caros e sofrem mais com a depreciação, perda de valor de mercado.
Seminovos, são aqueles que já foram utilizados por um tempo, mas a aparência e funcionalidades são semelhantes à de um novo.
Usados, são os demais.
Estes possuem valor menor, já sofreram com a desvalorização.
Pode-se ter mais gastos com manutenção e os juros cobrados no financiamento são maiores que os de um carro 0 Km.
Quanto mais antigo o carro, mais alto o juro pago e a manutenção necessária para mantê-lo tende a ficar mais alta.
Aqui cabe um adendo, carros “premium”, BMW, Mercedes Bens, Volvo, Jaguar, Land Rover, entre outras, são oferecidos à preços mais acessíveis quanto mais usados. Você pode se surpreender ao procurar por modelos destas marcas com mais de oito anos. O cuidado deve ser redobrado!!! Se tiver problemas mecânicos, a conta pode sair muito alta. Se roda bastante, é melhor optar por modelos mais comerciais e mais novos.
E importante; carros desta categoria nem sempre são aceitos pelas seguradoras por serem mais antigos e importados. Blindados são facilmente rejeitados.
Combustão, Hibrido ou Elétrico
Combustão, gasolina, diesel ou álcool. Temos muitas informações disponíveis sobre eles. São tradicionais, existem há muitos anos. O gasto com combustível é maior. A autonomia vai até onde seu bolso pagar. É a escolha mais segura, porque já se conhece o mercado. A preferência por motores a diesel caiu devido ao aumento de preço do combustível, mas continua sendo um bom motor. Eu tenho um Compass Diesel Limited com pacote High-Tech 2018. Bom carro para a cidade e viagens curtas e esporádicas, mas para viajar muito, cansa.
Híbridos: utilizam dois motores, um a combustão e outro elétrico. São mais econômicos e em alguns casos, menos potentes se comparados com o modelo anterior a combustão. Dependendo do modelo, possuem Autonomia elétrica, mas é curta. Precisa tomar cuidado ao dirigir no modo só elétrico em distâncias maiores. Embora a combinação dos dois motores de uma boa potência, podendo chegar a 400 cavalos ou mais, o motor a combustão pode ter pouca potência e aí você tem um carro muito potente no começo da viagem e sofre ao ser ultrapassado por caminhões em uma subida no trecho final da viagem.
Elétricos
São mais econômicos, já que a energia é mais barata que os combustíveis tradicionais. Se comprar zero quilômetro, pode ter vantagens como garantias com tempos maiores. Seu custo de revisão é menor, e algumas montadoras até oferecem revisões grátis.
O problema é que sabemos muito pouco sobre o futuro deste mercado.
É uma tecnologia nova para o Brasil, que ainda precisa ter uma infraestrutura para servir aos consumidores, garantindo-lhes que não vão passar “perrengues” para recarregar seus veículos nas estradas. Neste caso, que adianta ter um carro muito rápido e ficar um tempão no posto esperando para recarregar?
Novamente lembramos aqui a finalidade da utilização, se for urbana e o proprietário tiver em sua moradia um ponto de recarga ou até produzir energia, tranquilo.
Aqui também devemos lembrar que nos USA quem instalou pontos de recarga foi a própria montadora de carros elétricos americana, que hoje até vende esta eletricidade.
Na China; conforme explica especialistas, existe uma dependência grande de petróleo, e isto coloca em risco a segurança nacional do País. Por tal razão, e por questões ambientais, a China investiu há muitos anos em veículos elétricos e restringe a aquisição de veículos a combustão. As montadoras chinesas saíram na frente em tecnologia de carros eletrificados. As montadoras tradicionais estão investindo pesado neste tipo de tecnologia e boa parte de seus modelos estão sendo alterados.
É uma tecnologia nova e ninguém sabe com certeza como tudo se desenvolverá.
A Toyota, montadora reconhecida por fabricar veículos que dão pouca manutenção e com bom mercado de revenda, há tempos vem investindo no carro elétrico Prius, mas investe em hidrogênio e outras fontes de energia.
Seu veículo Mirai, não comercializado no Brasil, é movido a hidrogênio. Mas o ponto de instalação de recarga é específico e o custo ultrapassa R$ 3.000.000,00, explica especialistas.
Por enquanto, por ninguém saber como o mercado reagirá, especialistas apresentam algumas perguntas que ainda não foram respondidas
Como esses veículos elétricos envelhecem?
Como será a pós venda?
Como o mercado reagirá na hora da venda? Esclarece os especialistas.
Já outros especialistas decretam “o futuro “inexoravelmente” será elétrico.
Os carros são maravilhosos e pode ser uma boa compra, mas se deve observar bem se esta é uma boa opção para você.
Sobre IPVA
Na Constituição Federal e no Código Tributário Nacional não há qualquer tipo de benefício tributário para a aquisição de veículos híbridos iu eletricos. É um imposto de competência Estadual e alguns já estabeleceram benefícios como redução de alíquotas.
Procedimentos cautelares
Há muito o que se considerar, casa e carro sempre foram necessidades básicas, portanto, muito estudo é necessário.
Por fim, analisado tudo isso; escolhido o veículo e se ele não for novo, é necessário todo um procedimento cautelar.
Checar a placa evita surpresas desagradáveis, como informa o Douglas da Procede Vistoria de José Bonifácio. Basta enviar a placa e um histórico do veículo será apresentado(se é carro de leilão, alienado, se há multas ou restrições judiciais etc.)
Todos os veículos que adquiro são vistoriados.
Verificar o CPF do vendedor, visando evitar a compra de um carro que pode vir a ser penhorado por dívidas e disputas judiciais do vendedor.
Faça uma vistoria completa no veículo, inclusive com análise de espessura de tinta. Espessura de pintura diferenciada pode indicar danos reparados na lutaria.
Leia tudo o que for assinar.
Em caso de garantia, cada componente do veículo possui prazos diferentes. Estes podem mudar se a utilização for comercial.
Conclusão
No segundo semestre de cada ano costumam ser lançados novos modelos e isto movimenta o mercado. Quem compra o novo modelo vende o que estava utilizando e bons negócios podem surgir
Pesquise muito e se souber que o veículo que pretende comprar terá alterações significativas, talvez seja melhor esperar um pouco.
Todo negocio; estratégia, envolve riscos. Não existe plano infalível. O mercado muda constantemente, mas se procurar se informar, diminuirá os riscos.
Bons estudos e boas compras
por: Dr. Marco Marchiori