Nesta quinta-feira, 1º de junho, o governo dos Estados Unidos expressou críticas às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que afirmou que uma “narrativa” sobre o enfraquecimento da democracia na Venezuela havia sido construída. Juan González, principal assessor da Casa Branca para a América Latina, respondeu aos questionamentos da imprensa sobre os comentários de Lula, afirmando que embora seja possível debater sobre políticas de sanções e promoção do diálogo, é necessário identificar as coisas como elas são. González também mencionou que os presidentes do Uruguai, Luis Lacalle Pou, e do Chile, Gabriel Boric, tiveram a “coragem” de refutar a perspectiva do presidente brasileiro, lembrando a todos que há princípios pelos quais muitos na região deram suas vidas para defender. González afirmou que essas questões não podem ser vistas como relativas, mas sim absolutas.
Após um encontro entre Lula e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, durante uma cúpula regional no Brasil, o presidente brasileiro atribuiu as alegações de violações dos direitos humanos e da democracia na Venezuela a uma construção “narrativa”. O presidente chileno se pronunciou no dia seguinte ao encontro, expressando sua discordância com as palavras de Lula e enfatizando que a situação dos direitos humanos na Venezuela é uma “realidade grave”. O presidente uruguaio, por sua vez, destacou que não se pode negar a realidade dos fatos.
Maduro visitou o Brasil para participar de uma cúpula sul-americana convocada por Lula, que marcou o reatamento das relações bilaterais entre os dois países, suspensas desde 2019 por decisão do governo de Jair Bolsonaro. Durante uma entrevista coletiva, Maduro afirmou que seu país tem sido alvo de um cerco “ideológico” promovido pela extrema-direita global nos últimos anos, mas ressaltou que a Venezuela tem resistido a essas pressões e está disposta a trabalhar com o Brasil na construção de uma nova cooperação regional.
