“Sou uma pessoa muito focada”e “eu não desisto nunca” são frases que descrevem bem a persistência e a força de vontade de Mariana Garbi, confeiteira artística e cake designer. Basta olhar para sua história para entender como essas premissas guiaram sua vida ao sucesso: da menina conhecida por carregar um marcapasso desde os dois anos de idade para a que produzia doces decorados, até ter seu nome consolidado como referência em confeitaria artística.
Foram justamente as primeiras adversidades que levaram Mariana a fazer doces para vender. Por sua condição de saúde, logo notou que as portas do mercado formal dificilmente se abririam para ela. A dificuldade virou motivação e a motivação se tornou ingrediente: da mistura com os ensinamentos da avó Maria Regina, culinarista reconhecida da cidade Barra Bonita, nasceu uma receita vitoriosa.
“Quando eu coloco algo na cabeça, não paro enquanto não vir o resultado”, diz Mariana. E assim foi: começou a fazer doces de leite ninho, com arte baseada em ímãs de geladeira, imitando bichinhos, e se propôs a vender 30 por dia para padarias.
Para alcançar seu objetivo, teve de vencer mais uma barreira: a timidez. “No começo, eu ainda não tinha a técnica, então os doces não ficavam muito bonitos. Eu não sei se as pessoas compravam por dó ou pelo meu poder de convencimento”, conta, se divertindo.
A verdade é que ao fim do dia, ela voltava para casa com a meta cumprida. Seu trabalho passou a ser observado. Não demorou muito para que uma criança se encantasse e quisesse aqueles doces em sua festa. Recebeu a primeira encomenda: 300 unidades.
A partir daí, o negócio decolou. Mariana fez cursos, estudou por conta própria, aprimorou em muito sua técnica, ao ponto de chegar ao brilhantismo. “Fiz muitos trabalhos marcantes, mas um dos mais interessantes foi para um aniversário de 15 anos. Queriam que a decoração se parecesse com uma loja da Chanel. Além de um bolo central de sete camadas, fiz três réplicas de bolsas e as pessoas demoravam para perceber que na verdade também eram bolos de cortar”, conta.
Nos 17 anos de profissão, enfrentou ainda algumas dificuldades, como períodos de crise em que a quantidade de encomendas caía ou conquistar seu espaço no mercado ao se mudar com o marido para Rio Preto há nove anos. Mas as adversidades se tornaram lições, que hoje ela repassa em cursos que ministra por todo o Brasil. “Ensino as pessoas a pular as etapas difíceis e ganhar dinheiro com o doce confeitado, como eu consegui. Elas aprendem, também a mostrar ao cliente que esse trabalho vai muito além de fazer doces: tem estudo de cor, de temas, acabamento, montagem, entrega, muito amor envolvido e muito tempo dedicado”, afirma. E completa: “Acima de tudo, tem o sabor. O doce pode ser lindo, mas o que faz o cliente comprar de novo é o sabor.”
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