Febre, surgimento de ínguas, perda de peso, de apetite, coceira na pele, fadiga e sudorese noturna anormal. Sintomas que podem indicar linfoma, doença que afeta o sistema linfático – parte do corpo responsável pela defesa do organismo contra doenças e infecções. “Muitas vezes esses sinais são comuns a outros tipos de doenças, por isso uma avaliação médica é imprescindível. Alguns linfomas são extremamente agressivos, causando sintomas logo no início e progressão rápida (meses ou até mesmo semanas). Já outros têm a progressão mais lenta, os chamados ‘indolentes’, e podem ficar assintomáticos por meses ou anos”, explica Márcia Torresan Delamain, hematologista do Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia.
Celebrado anualmente em 15 de setembro, o Dia Mundial de Conscientização sobre Linfomas tem como principal objetivo alertar a população sobre a importância de identificar precocemente os sintomas da doença, facilitando, assim, seu tratamento. O índice de incidência da doença dobrou nos últimos anos segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) para este ano de 2020 são estimados 12.030 casos, sendo 6.580 homens e 5.450 mulheres, tendo 4.394 mortes, segundo Atlas de Mortalidade por Câncer. “É difícil identificar a causa deste aumento, mas uma das possibilidades reconhecidas é o envelhecimento da população. Os linfomas independem de sexo e idade, embora acometam, sobretudo, a faixa acima dos 60 anos e a principal causa das mortes é justamente o desconhecimento sobre a doença que, caso seja diagnosticada precocemente, apresenta elevado índice de cura”, revela o hematologista.
De acordo com a médica, apesar de pouco conhecido pela população em geral, os linfomas não-Hodgkin, são o oitavo câncer mais comum em homens e o nono em mulheres. E, podem afetar pessoas de qualquer idade. “Os linfócitos são um tipo de glóbulo branco. Eles circulam pelo sistema linfático e pelos linfonodos: pequenos órgãos distribuídos por todo o corpo com a função de filtrar a linfa e capturar eventuais invasores.Vale ressaltar que qualquer processo infeccioso pode causar aumento do tamanho dos linfonodos, porém, nos linfomas, esse aumento é mantido (não regride sem tratamento específico) e, geralmente, é indolor”, explica.
Nos linfomas que acometem sistema nervoso central, o paciente pode apresentar dores de cabeça, perda ou redução de movimentos e sensibilidade, entre outros. “O quadro clínico é extremamente variável. Por isso, a importância da avaliação precoce por um médico. O tratamento dos linfomas consiste, geralmente, em quimioterapia, acompanhada ou não de radioterapia, sendo que, nos casos dos linfomas menos agressivos, a quimioterapia pode não ser necessária ao momento do diagnóstico. Ainda, em alguns casos, há a necessidade de transplante de medula”, comenta Dra. Márcia.
* Márcia Torresan Delamain é médica hematologista, graduada pela Faculdade de Medicina de Botucatu – Unesp e residência médica pela Unicamp. Tem título de especialista em Hematologia e Hemoterapia pela Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, com especialidade em Transplante de Medula Óssea. Mestre e Doutora pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Membro da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia. Atua como médica assistente no Hemocentro – Unicamp e Oncologia Américas – e como hematologista do Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia atua no Instituto do Radium e Hospital Madre Theodora.
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