Os dentes do siso, ou terceiros molares, popularmente conhecidos como dentes do juízo, são os últimos a nascerem e surgem geralmente entre os 16 e 20 anos de idade, quando o comportamento humano começa a revelar alguma maturidade para ingresso na vida adulta.
Normalmente surgem 04 sisos, dois na arcada superior e dois na arcada inferior, mas algumas pessoas podem não apresentar algum deles ou mesmo todos. Isso é uma questão genética e está ligada à evolução. Os dentes do siso tinham como função primordial, substituir os outros dentes anteriores danificados ou perdidos, para manter uma mastigação mais eficiente. Hoje em dia, sua função original foi perdida e não são mais necessários, ficando essa cicatriz da evolução humana que faz parte do enigma evolutivo.
O aparecimento dos sisos ainda causam grande temor nos pacientes, visto que nove de cada dez pessoas apresenta, pelo menos um dente do siso com problema durante o nascimento desse dente. Isso se dá porque o nascimento dos sisos são mais agressivos e causam mais complicações que os outros dentes, pois como são os últimos dentes a nascerem, normalmente, não encontram espaço suficiente na arcada dentária para serem acomodados. Os sisos que são saudáveis e normalmente posicionados não causam problemas. Quando há algum desconforto ou dor é sinal que há algo errado. Os primeiros sinais de incômodo surgem sem o paciente esperar. Geralmente essa sensação dolorosa costuma ser bem forte e ocorre devido a cáries ou a chamada periocoronarite, uma inflamação dos tecidos gengivais que circundam os sisos. Isso ocorre porque são dentes localizados no fundo da arcada dentária, numa área de fácil acúmulo de alimento e de difícil higienização. Se o siso estiver semi-incluso e não nascido totalmente, as inflamações são muito mais frequentes. Assim, não se pode negligenciar na limpeza diária, sendo imprescindível uma boa higienização bucal. Quando estão totalmente inclusos, ou seja, não erupcionam, podem ocorrer duas situações: nunca sair ou, com o tempo empurrar os outros dentes. Daí a importância de realização de exame radiografico para acompanhamento e verificação da necessidade de extração e tratamento ortodôntico.
Assim, a remoção só se faz necessária com o desalinhamento da arcada dentária, inflamações constantes ou disparo da dor, mesmo quando não há sinal visível dos sisos na gengiva.
A cirurgia, por sua vez, é muito simples, sendo realizada com anestesia local e podendo durar entre 30 minutos e uma hora em casos descomplicados. Em casos mais complexos, pode ser necessário que o paciente seja levado ao hospital para fazer o procedimento. O ideal é retirar os dentes entre os 16 e 18 anos, pois é nessa idade que a raiz ainda está com ⅔ de sua totalidade formada, o que facilita o processo de sua extração.
A radiografia panorâmica e a radiografia periapical são muito importantes nestas cirurgias de terceiros molares. Estas permitem a visualização do tamanho exato, completo e a forma do terceiro molar (posição da coroa, o número, o tamanho e a forma das raízes) como também permitem a visualização do nervo alveolar inferior e a proximidade que os terceiros molares estão desse nervo. Nos casos de terceiros molares superiores, a radiografia panorâmica permite a visualização da posição destes dentes em relação à extensão do seio maxilar. Visualizar a posição dos dentes em relação a nobres estruturas anatômicas permite um maior planejamento da cirurgia, um melhor ato cirúrgico e um melhor pós-operatório para o paciente. Não tenha medo, antes de qualquer coisa é fundamental a avaliação clínica e controle radiológico, para verificação da necessidade e momento correto de extrair os populares dentes do juízo afim de evitar maiores complicações.
Dr. Alexandre F. Vilela
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