Dê uma banana à desnutrição
Por:Organização Mundial da Saúde
Saborosos, necessários à reposição das energias, essenciais à vida. Os alimentos, quando processados pelo organismo, são usados no metabolismo, ajudando na manutenção e crescimento dos tecidos.
São ainda fonte de nutrientes que nosso corpo não consegue produzir, a exemplo do potássio (K). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é recomendável que um adulto consuma dose de 3.510 mg diariamente. Daí ser de maior relevância a ingestão de alimentos ricos neste nutriente:
“Podemos encontrá-lo por exemplo na batata doce, espinafre, abacate, aveia, uva passa e banana. O potássio é fundamental na contração muscular e na manutenção do ritmo cardíaco”, registra o médico nutrólogo Luiz Roberto Queroz, diretor do Departamento de Nutrologia da Associação Paulista de Medicina. “Os sintomas de deficiência são cãibras, fraqueza muscular, intestino preso, irregularidades no batimento cardíaco, náuseas e vômitos”.
O potássio é ainda um regulador natural da acidez celular, já que figura entre os principais eletrólitos que ajudam a manter o equilíbrio ácido-base do corpo e dos seus fluidos, aumenta a densidade mineral dos ossos e conduz impulsos nervosos como, por exemplo, para o coração, mantendo a pressão sanguínea e reduzindo o risco de doenças cardiovasculares.
Não bastasse estar envolvido em todos estes mecanismos, o potássio tem sido evidenciado quanto ao seu potencial na terapia de algumas patologias. A atividade de canais de potássio pode ser considerada alvo terapêutico no tratamento de doenças como esclerose múltipla, Alzheimer, esquizofrenia, enxaquecas, hipertensão pulmonar e diabetes.
Conforme explica Daniel Magnoni, autor do livro “PANDEMIA – Relatos da Frente de Batalha; Dicas e orientações sobre a alimentação na nova era” e coordenador da área de alimentação e nutrição da Sociedade Brasileira de Cardiologia, há indicativos de que tais canais exercem efeito neuroprotetor e cardioprotetor, mas ainda são necessários mais estudos para elucidação e confirmação.
Do solo para as plantas e destas para você
A fertilização é garantia da presença do potássio na produção agrícola, pois nem sempre ele é encontrado em quantidades suficientes no solo. Vale registrar ainda que, ao serem colhidas, as plantas exportam o potássio que extraem da terra, deixando, com o passar do tempo, os solos deficientes desse nutriente.
Os adubos empregados nas lavouras como fonte desse nutriente são o cloreto de potássio, o sulfato de potássio e o sulfato duplo de potássio e magnésio, entre outros. Eles são provenientes de depósitos naturais e contêm o potássio idêntico ao que nosso organismo utiliza.
Levantamento do National Center for Chronic Disease Prevention and Health Promotion aponta que apenas 3% dos adultos e 10% das crianças até 5 anos nos Estados Unidos têm uma ingestão adequada de potássio. Devidamente fertilizados, os solos permitirão produzir alimentos ricos desse nutriente, como é o caso do feijão e ervilha (1.300 mg de K para cada 100 g), nozes (600 mg de K para cada 100 g), couve e espinafre (550 mg de K para cada 100 g) e frutas como banana e mamão (300 mg de K para cada 100 g).
Combate ao desconhecimento é essencial
Fica o alerta de que a ausência de certos nutrientes pode acarretar interrupção de alguma atividade essencial do organismo e complicações por desnutrição. Aliás, há quadros de desnutrição consequentes diretamente da deficiência nutricional na alimentação.
Portanto, o cultivo em solos fertilizados e com o aporte adequado de todos os nutrientes indispensáveis ao crescimento das plantas é imperioso para uma melhor qualidade nutricional dos alimentos e uma alimentação completa.
O engenheiro agrônomo e florestal Valter Casarin, coordenador científico do Nutrientes para a Vida (NPV) compreende que ainda cabe ao conjunto da sociedade fazer corretamente sua lição de casa, quando o assunto é segurança alimentar. Registra que uma das prioridades é esclarecer os cidadãos sobre o que são os fertilizantes, seu papel e a importância do manejo adequado, com o objetivo de restituir os nutrientes ao solo para a geração de alimentos em larga escala, e, em consequência, o barateamento dos produtos agrícolas, entre outros benefícios.
“O NPV tem a missão de esclarecer e informar, com base em estudos e dados científicos, sobre a relevância e os benefícios da adubação na produção e na qualidade dos alimentos, bem como sobre sua utilização correta”, explica. “Ainda existem mitos e desconhecimento acerca dos fertilizantes, pois as pessoas os confundem com outros itens usados na agricultura. Fato é que o fertilizante é a fonte de nutrientes para as plantas e, consequentemente, para o ser humano”.
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