A globalização e a formação dos grandes aglomerados urbanos determinaram, em parte, a exposição aos chamados fatores de risco. Em consequência disso, vivemos a era das doenças crônicas não transmissíveis, na qual as patologias do sistema cardiovascular ocupam, há décadas, um lugar de destaque nas medidas de morbidade e mortalidade.
O Dr. Marco Aurelio de Magalhães, cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, comenta cinco medidas comprovadamente eficazes para manter o sistema cardiovascular saudável. Confira.
1. Cessar o tabagismo
O tabagismo é a principal causa evitável de doença cardiovascular no mundo. Especificamente sobre o coração e sistema cardiovascular, os efeitos do tabagismo são perversos. Com efeitos na pressão arterial, sistema de coagulação e disponibilidade de oxigênio, está associado ao aumento do risco de infarto do miocárdio, morte súbita, acidente vascular encefálico (AVC), aneurisma de aorta e doença arterial periférica. A interrupção do tabagismo traz benefícios imediatos à saúde e, por isso, deve ser encorajada em qualquer idade. Nos casos de dificuldade de interrupção, existem medidas de apoio, aconselhamento e terapêuticas farmacológicas eficazes que podem ser utilizadas.
2. Atenção à dieta e ao consumo de álcool
A dieta ocupa papel central na prevenção das doenças crônicas e na manutenção da saúde do coração. É importante a redução do consumo de sal, de açúcar livre, gorduras saturadas e trans. O consumo de grãos, frutas e vegetais também é um hábito recomendado. Além disso, recomenda-se criar a rotina de ler e entender os indicadores de composição nos rótulos dos produtos alimentícios antes da compra. O consumo de álcool também deve ser limitado, mesmo nos finais de semana.
3. Combater a obesidade
A obesidade é considerada problema de saúde pública em vários países, inclusive no Brasil. Ela representa um fator de risco direto (independente) e “intermediário” na cadeia de causas das doenças cardiovasculares, ou seja, é um fator de risco para outros fatores de risco, como a hipertensão arterial, o diabetes melito e a elevação do colesterol sanguíneo. A medida do índice de massa corpórea (IMC) deve ser acompanhada.
4. Atividade física regular
O sedentarismo também é reconhecido como um fator de risco direto (independente) para as patologias cardiocirculatórias. A atividade física regular por pelo menos três vezes por semana, durante 30 minutos, está associada a uma série de adaptações fisiológicas que resulta na melhora do controle glicêmico e do metabolismo lipídico com o incremento da fração HDL colesterol, que é cardioprotetora. Além disso, combate a obesidade e previne/reduz a hipertensão arterial. É prudente evitar a conhecida tentativa de “atletas de final de semana”, compensando uma semana sedentária nos finais de semana.
5. Identificação e controle do colesterol alto e da hipertensão arterial
Ambos os fatores permitem a identificação de indivíduos com alto risco para eventos cardiovasculares. Nestes casos, estão indicados tratamentos com remédios e o acompanhamento médico periódico. Os benefícios obtidos após o início do tratamento são observados em curto prazo.