Após a morte da rainha Elizabeth II, seu filho Charles foi proclamado como o monarca soberano do Reino Unido e mais catorze Estados independentes. Na ocasião, ele elegeu Charles III como seu nome real. Conforme a tradição, ele poderia ter escolhido qualquer um de seus quatro nomes – Charles Philip Arthur George. Na história da realeza britânica, o nome Charles carrega um legado sombrio, com seus antecessores sendo responsáveis por reinados cheios de controvérsias e derrotas. O rei Charles I morreu sob o machado de um carrasco, em 1649, depois de perder a Guerra Civil Inglesa. Já Charles II fugiu para o exterior, apenas para retornar e assumir o trono. Sem herdeiros legítimos, ele entregou a coroa para seu irmão James. Os dois vivenciaram uma série de crises políticas que devastaram o Reino Unido. Confira abaixo um pouco da história dos antecessores do mais novo chefe da realeza.
Charles I
O início do reinado de Charles I, em 1649, foi marcado por brigas com o parlamento sobre seu estilo autoritário de governo. Ele ascendeu ao trono quando a Inglaterra estava em guerra com a Espanha. Ele também iniciou um confronto com a França. Campanhas fracassadas nesses embates levaram a uma tentativa do governo de destituir Buckingham por traição. Para evitar isso, o rei dissolveu o parlamento e tentou implementar impostos e empréstimos para financiar campanhas militares sem a aprovação do governo. O monarca também gerou polêmica ao se casar com Henrietta Maria, católica, em uma época em que o anti-catolicismo estava no auge. Em 1629, quatro anos depois do início seu reinado, o governo aprovou três resoluções condenando o comportamento do rei. Na década de 1640, uma guerra civil estava se formando, em meio a controvérsias sobre como a Inglaterra, a Escócia e a Irlanda deveriam ser governadas. O país estava dividido entre parlamentaristas e monarquistas. Em 1645, o primeiro grupo ganhou uma série de batalhas, forçando Charles I a se render. Ele se juntou aos escoceses, em uma tentativa de explorar as divisões entre as nações. Uma segunda guerra civil se seguiu, de curta duração, pois a invasão escocesa foi rapidamente derrotada. Forçado mais uma vez a se render, Charles I foi julgado, considerado culpado de alta traição e removido do trono. Em janeiro de 1649, foi decapitado na frente de uma grande multidão em Londres.
Charles II
Filho do rei morto, Charles II era o sucessor do trono por direito. Mas forças contrárias à monarquia estavam determinadas a não deixa-lo assumir a coroa. Quando o parlamento escocês proclamou Charles II como rei, iniciou a terceira e última guerra civil do período. Os parlamentares ingleses invadiram a Escócia e uma série de derrotas o levaram a invadir a Inglaterra, onde ele foi derrotado decisivamente em 1651. Apesar de renunciar a sua lealdade à Escócia, Charles II foi forçado ao exílio na França e depois na Espanha. Tensões entre os governantes subsequentes resultaram na dissolução do parlamento, e a recém-eleita Câmara dos Comuns foi dividida igualmente sobre o governo monarquista. O então rei prometeu governar em cooperação com o parlamento e negociou com sucesso o retorno da monarquia. Em 1665, ocorreu a Grande Peste de Londres. O surto durou 18 meses e matou cerca de 100 mil pessoas, um quarto da população da cidade na época. Charles II fugiu para Salisbury, para evitar a doença. Poucos meses após a praga, o grande Incêndio de Londres engoliu a cidade. O fogo consumiu cerca de 13,2 mil casas e 87 igrejas, incluindo a Catedral de São Paulo. Visto como um rei fraco que estava mais interessado em sediar festas luxuosas do que em governar, nos últimos anos de seu reinado ele dissolveu o parlamento várias vezes. Em 1685, Charles sofreu um súbito ataque apoplético e morreu, aos 54 anos. A forma de sua morte e sua impopularidade semearam suspeitas de envenenamento.
Charles III
Assumindo o trono aos 73 anos, o rei Charles III começa seu reinado com baixa aceitação do público. As revelações de infidelidade em seu casamento com a princesa Diana foram o início de sua impopularidade, que se estende até hoje. Uma pesquisa da Ipsos mostrou que quase metade dos britânicos acredita que Charles deveria deixar seu filho, o príncipe William, assumir a realeza. Por outro lado, um levantamento da empresa YouGov o classifica como o sétimo membro da realeza mais popular – atrás da mãe, dos filhos, na nora, do pai, da irmã e de sua sobrinha. Além disso, recentemente ele se envolveu com polêmicas em relação a doações para entidades e pelo recebimento de documentos confidenciais sobre o funcionamento interno do governo britânico.
fonte Jovem Pan
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