A Polícia Rodoviária Federal (PRF) anunciou que cerca de 6 mil agentes usarão câmeras corporais nos uniformes a partir de abril de 2024. O anúncio foi feito pela corporação durante a apresentação do Projeto Estratégico Bodycams, realizada nesta quinta-feira, 25. Essa medida abrangerá aproximadamente metade da força policial. Os testes práticos estão previstos para iniciar em novembro deste ano, sob a coordenação do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Estudos indicam que o uso dessa tecnologia reduz em mais de 50% a letalidade policial e diminui pela metade as queixas relacionadas à conduta dos policiais. Segundo Marivaldo Pereira, secretário de Acesso à Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública, as câmeras são instrumentos importantes para evitar casos como o de Genivaldo de Jesus, ocorrido em maio de 2022, durante uma abordagem de policiais rodoviários em Sergipe. Genivaldo foi abordado por não utilizar capacete enquanto pilotava uma motocicleta. Um vídeo mostra um agente da PRF tentando imobilizar Genivaldo com a perna em seu pescoço. Em seguida, ele foi algemado, teve os pés amarrados e foi colocado no porta-malas da viatura. Os policiais lançaram gás dentro do veículo e pressionaram o porta-malas para fechá-lo. Genivaldo morreu por asfixia.
Marivaldo afirmou: “Acredito que poderíamos ter evitado situações como a de Genivaldo, sem dúvida alguma. Por isso, essa é uma política muito simbólica. Para nós, aquele episódio foi extremamente lamentável. A dor daquela família é indescritível. Nosso desejo é que isso nunca mais aconteça no âmbito da Polícia Rodoviária Federal ou de qualquer outra polícia.”
O Ministério Público Federal (MPF) já havia recomendado, em janeiro deste ano, que a PRF adotasse o uso das câmeras. Essa ideia surgiu logo após o assassinato de Genivaldo.