Arquiteta Isabella Nalon afirma que o projeto de uma residência deve ser pensado para a vivência de longo período, inclusive o envelhecer. Projeto de residência no interior de São Paulo agrega questões que garantem a segurança e evita acidentes de pessoas na vida adulta e na terceira idade.
Conforme envelhecemos, é normal que o corpo físico apresente algumas questões pontuais relacionadas a saúde. Pode ser alguma diminuição dos sentidos, como visão e olfato, como problemas de mobilidade. Imaginando um projeto arquitetônico construído para uma vivência a longo prazo, o profissional de arquitetura trabalha com pontos que visam eliminar riscos de futuros acidentes, manter o conforto e, sobretudo, a segurança dos moradores.
Histórias da Vida
A arquiteta Isabella Nalon, à frente do escritório que leva seu nome, ressalta seu apreço em projetar residências que serão palcos para histórias de vida. As normas de edificações e o olhar apurado para aprimorar soluções permitem adaptar a casa para garantir um futuro tranquilo de acordo com a rotina dos moradores, inclusive daqueles que já estão na terceira idade. Segundo a profissional, o processo de criação deve contemplar o estudo de um dia a dia, tendo em vista a facilitação e, ao mesmo tempo, a manutenção da independência e autonomia do morador. “Dentro dessa análise, conseguimos encontrar respostas que nos permitam desenvolver uma residência sem estereótipos e promova uma rotina ativa, dentro da realidade individual das pessoas”, destaca a profissional, com mais de 20 anos de experiência em arquitetura.
Para uma casa segura é necessário dedicar atenção a fatores que vão desde a concepção de escadas, a atenção com desníveis, a não especificação de pisos escorregadios e a escolha de móveis confortáveis – prevendo, inclusive, sofás, cadeiras e poltronas com dimensões e características específicas para famílias que contam com idosos em sua constituição. “Uma escada segura, por exemplo, é importante para crianças e até mesmo adultos, que podem, por algum descuido, sofrerem quedas graves”, expõe Isabella Nalon.
Dependendo de alguns fatores, como o tamanho do terreno e as necessidades da família para a nova residência, a arquiteta ainda destaca que quando o projeto de arquitetura da residência é iniciado do zero, costuma-se considerar a possibilidade de optar pela construção de uma casa térrea, eliminando a necessidade de acesso ao piso superior.
Ambientes de um casa para toda a vida
Sobre a disposição dos ambientes em uma casa para todos os momentos da vida, a melhor opção é manter os cômodos integrados com circulação livre e simplificada. “Circulação estreita é um perigo para esbarrões e desequilíbrios”, alerta Isabella Nalon, que também reforça a necessidade de observar a altura do sofá, de forma a permitir que os pés de quem sentar fiquem firmes no chão durante o movimento de sentar e levantar.
Bastante ampla, a cozinha, assim como os demais ambientes como sala de estar, jantar, área gourmet, dormitórios e banheiros devem ser construídas no mesmo patamar. Um projeto ainda mais seguro de uma casa para todos os momentos da vida requer do profissional de arquitetura a concepção de ambientes sem desníveis, para facilitar a locomoção e o movimento entre essas áreas.
“No caso de crianças e adultos, é muito comum acontecer quedas por falta de atenção. Os pequenos ainda não apresentam a percepção necessária e, além do mais, hoje em dia, quem não se locomove dentro de casa olhando para a tela do celular? É muito comum tropeções por pequenos momentos de distração”, reforça a arquiteta.
Quando o desnível do terreno necessitar a construção de degraus, avalia-se a substituição por rampas. Em ambos os cenários, deve-se considerar a colocação de corrimãos nas duas laterais, especificar revestimentos antiderrapantes para os pisos e sinalizar início e fim, sejam dos degraus ou da rampa.
Em áreas molhadas, como cozinha e área de serviço, Isabella chama atenção para os cuidados relacionados à presença de água e produtos químicos – itens que podem ser perigosos para pessoas de todas as idades. No tocante ao piso, é valioso especificar um material antiderrapante, evitando a sensação de escorregadio no contato com a água. “Com a presença de idosos, devemos considerar também a instalação de barras de apoio”, afirma.
Com relação aos armários e bancadas, a proposta é promover a instalação em alturas acessíveis, que eliminem a demanda pela utilização de bancos e escadas para o acesso. Dessa forma, as alturas indicadas – considerando como referência o piso –, são 0,90m para instalação de bancadas e até 1,50m para armários. “No projeto, trabalhamos os armários superiores em uma disposição que possibilidade o alcance com o braço. Essa medida protetiva é válida para todos”, reforça Isabella.
O mesmo preceito de ambientes mais amplos aplica-se ao banheiro em uma casa para todos os momentos da vida. Com a possibilidade de um espaço mais aberto e fluído, evita-se esbarrões, que porventura possam machucar, e viabiliza-se a entrada de cadeiras de roda e a de banho dentro da área do box. O mesmo critério de apoio empregado na cozinha também é aplicado ao banheiro: a disposição de barras e pontos de apoio no ambiente de banho, bem como ao lado da bacia sanitária e bancada.
No projeto de Isabella, a área do box conta com dimensões que propiciam um banho sentado, um cuidado primordial para idosos ou mesmo em situações de um pé enfaixado ou pós-cirúrgico. A abertura de um nicho (com 35 cm de altura), que facilita a acesso aos itens pessoais de banho.
Em um olhar apurado para os dormitórios de uma casa para todos os momentos da vida, as camas devem ser escolhidas por meio de critérios que promovam o conforto para a coluna vertical. A opção por modelos articulados com regulagem de altura da cabeceira e peseira são benéficos para o bem-estar dos usuários, diminuindo tonturas e dores de cabeça. “Caso não seja possível escolher uma cama com base articulada, mantenha a parte da cabeceira do colchão ligeiramente mais elevada”, explica Isabella. Em um olhar apurado para os idosos, recomenda-se camas mais baixas, com uma altura entre 45 e 65 cm, de forma a posição de sentar-se com os pés apoiados no chão sirva de alavanca para o movimento de levantar-se.
Uma boa iluminação é imprescindível para toda a família! Além de privilegiar o uso da iluminação natural acessada com janelas e portas de vidro, a instalação de abajures e arandelas ou especificação de lâmpadas mais fortes resulta em um ambiente com perfeito campo de visão e que pode ser complementado com a instalação de sensores nos banheiros e corredores de passagem. “Os sensores funcionam de forma a detectar ondas de calor e ativar as luzes automaticamente, facilitando o ir e vir em casa, principalmente em momentos noturnos”, detalha.
Na viabilidade de incluir espaços de lazer, terraços e jardins são perfeitos para que os moradores possam tomar sol. Assim, um paisagismo concebido para realizar pouca manutenção facilita o dia a dia. Esse espaço também pode contar com aparelhos para atividades físicas moderadas, sempre levando em conta as restrições físicas dos moradores.
Com uma carreira sólida e experiência proveniente de mais de 20 anos de trabalho, Isabella Nalon percorreu uma trajetória de muitos estudos e pesquisas na área de Decoração e Arquitetura. Sua experiência atuando como arquiteta na Prefeitura da cidade de Münster, na Alemanha (1997), ajudou a criar uma visão plural e ampla de diferentes culturas e públicos, o que se tornou um diferencial em seu percurso profissional. Em 1998, inaugurou seu escritório em São Paulo e se especializou em projetos arquitetônicos residenciais, comerciais e de decoração de interiores. Frequentemente, tem projetos reconhecidos e publicados por renomados portais e revistas de arquitetura e decoração, consolidando o escritório na lista dos mais importantes da capital paulista.
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