Nesta quarta-feira, 16 de agosto, a diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou os resultados financeiros referentes ao primeiro semestre de 2023. O órgão registrou um lucro recorrente de R$ 3,7 bilhões no período, representando uma retração de 45% em comparação com o mesmo período de 2022. Segundo informações de Alexandre Abreu, diretor Financeiro e de Crédito Digital do banco, essa queda está diretamente relacionada à redução do caixa, que ocorreu devido ao pagamento de dívidas ao governo. No ano de 2022, o BNDES devolveu um montante de R$ 72 bilhões ao Tesouro Nacional. Abreu esclareceu: “O valor estava no caixa, quando tira, perdemos a receita. É a principal explicação para a queda no lucro recorrente”.
O lucro líquido contábil, por sua vez, alcançou R$ 9,5 bilhões nos primeiros seis meses do ano. A diferença entre o lucro recorrente e o lucro líquido contábil se deve a efeitos não recorrentes que afetaram os resultados financeiros, de acordo com a diretoria do BNDES. Entre esses efeitos, destacam-se os pagamentos de dividendos provenientes da Petrobras.
Em relação às atividades de financiamento, os desembolsos atingiram R$ 40,6 bilhões no primeiro semestre, registrando um aumento de 22% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Quando se considera o mês de julho, esse valor sobe para R$ 50,2 bilhões, representando um crescimento de 31%. As consultas, que marcam o primeiro estágio do processo de financiamento, atingiram R$ 126,8 bilhões, apresentando um impressionante aumento de 151% em relação ao ano de 2022.
Alexandre Abreu ressaltou que essa variação é a maior da série histórica do BNDES para um semestre. As informações divulgadas pelo banco refletem um panorama complexo, onde a gestão do caixa e os efeitos não recorrentes desempenharam um papel significativo nos resultados financeiros do primeiro semestre de 2023.