A balança comercial brasileira alcançou um feito histórico em junho, registrando um superávit de US$ 10,5 bilhões (cerca de R$ 50 bilhões), conforme dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Esse resultado excepcional foi impulsionado pelo desempenho positivo das exportações, que totalizaram US$ 30,1 bilhões, superando significativamente as importações que somaram US$ 19,5 bilhões. Esses números representam um aumento de 19,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Esse é o melhor resultado para um mês de junho desde 1989, quando teve início a série histórica. Herlon Brandão, subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, ressaltou que o primeiro semestre superou as expectativas, com um volume expressivo de exportações e recordes de saldo comercial. Ele também destacou que a projeção para o restante do ano é positiva: “Tivemos um primeiro semestre acima do esperado, com um crescimento nas exportações e um valor exportado recorde. Isso contribuiu para o aumento das expectativas para o ano. Revisamos para cerca de US$ 10 bilhões a corrente de comércio esperada para 2023”.
O setor do agronegócio foi o principal impulsionador desse resultado na balança comercial. As exportações de produtos agropecuários apresentaram um crescimento de 7% no primeiro semestre, impulsionado especialmente pela safra de soja. Herlon explicou: “Embora os embarques de soja estejam em declínio, ainda estão em patamares elevados em comparação com o ano passado, devido à safra recorde. Tivemos um aumento de 39% no volume exportado”.
Em junho, os principais parceiros comerciais do Brasil foram Argentina, Estados Unidos, China e União Europeia. Com base nos resultados até agora, o MDIC estima que o saldo da balança comercial alcance US$ 84,7 bilhões em 2023, representando um aumento de 37,7% em relação a 2022.