A Americanas começou a notificar os shoppings onde tem lojas físicas que os aluguéis devidos até a data da aprovação do pedido de recuperação judicial, em 19 de janeiro, não serão pagos, por conta do efeito de suspensão de cobranças conferido pela recuperação judicial. A companhia deve R$ 11,6 milhões aos shoppings espalhados por diversas regiões do País. Em comunicado, a empresa destaca que o eventual pagamento do aluguel até o dia 19 de janeiro “implicaria em prática de favorecimento de credor” e que os créditos anteriores ao pedido de recuperação estão com sua exigibilidade suspensa. Já os pagamentos cuja competência compreende o período de 20 a 31 de janeiro de 2023 serão realizados ao longo deste mês. Em nota, a empresa afirmou que ”os valores de aluguéis vencidos e não pagos até a data do pedido da Recuperação Judicial constituem dívidas que seguirão as exigências do processo, que a impede de efetuar pagamentos cujo evento de origem seja anterior ao início do pedido realizado. Para eventos posteriores ao início da recuperação, a operação da companhia segue em regime de normalidade.”
Para o advogado Diego Amaral, especialista em Direito Imobiliário e sócio do escritório Dias & Amaral Advogados Associados, o pedido de suspensão da cobrança de dívidas é normal. “Na recuperação judicial, a ideia é que a empresa se recupere a fim de conseguir pagar os seus credores em prazo adequado. Em dois anos, a empresa irá se organizar para pagar o que deve. Porém, na maioria das vezes, a recuperação judicial não consegue recuperar a empresa e acaba progredindo para a decretação de falência. Neste caso, acontece uma ordem das dívidas que devem ser pagas se houver créditos para tal: as dívidas trabalhistas e com bancos, entre outros, até chegar às dívidas vinculadas às relações civis, como os contratos de locação”, esclarece.
Ainda, nesta quinta-feira, 16, a empresa se reuniu com credores para chegar a um acordo para o pagamento de dívidas. A Americanas apresentou “proposta contemplando, um aumento de capital em dinheiro, com suporte de seus acionistas de referência, no valor de R$ 7 bilhões de reais (considerando o financiamento DIP já aportado que seria convertido em capital), recompra de dívida por parte da companhia da ordem de R$12 bilhões e a conversão de dívidas financeiras no montante total de cerca de R$ 18 bilhões de reais, parte em capital e parte em dívida subordinada. Não houve, até o momento, acordo com relação à proposta apresentada”, informou a empresa.
fonte Jovem Pan