Mais de 623 mil hectares de floresta tropical amazônica foram desmatados no Equador entre 2001 e 2020, de acordo com um estudo realizado pela iniciativa brasileira MabBiomas e pela Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada (RAISG). Este desmatamento acumulado representa uma média anual de 31 mil hectares, advertiu nesta quinta-feira, 15, a Fundação EcoCiencia, que é membro do consórcio RAISG. Em nível regional, estes números colocam o Equador em quinto lugar em termos de área total desmatada no período 2001-2020, atrás de Brasil, Bolívia, Peru e Colômbia, mas à frente de Venezuela, Guiana Francesa e Suriname, países maiores do que o território equatoriano. Segundo o levantamento, os principais motores do desmatamento são a expansão da fronteira agrícola e pecuária, o desenvolvimento de infraestruturas, a mineração e exploração de hidrocarbonetos, e a extração de recursos de madeireiros. Como dado positivo, o estudo lembrou que 79% da bacia amazônica do Equador, equivalente a mais de 10 milhões de hectares, está sob alguma categoria de proteção, seja como área natural protegida, seja como território indígena.A Fundação EcoCiencia assinalou que as áreas protegidas “desempenham um papel muito importante como barreiras ao desmatamento, o que é evidente quando se compara ao desmatamento dentro e fora das áreas protegidas”. Embora as áreas não protegidas representem apenas 21% da bacia amazônica do Equador e abriguem 16% das florestas amazônicas restantes em 2020, representaram 54% (339 mil hectares) do desmatamento nas últimas duas décadas. Em contraste, dentro dos limites dos territórios indígenas e áreas protegidas, 46% do desmatamento ocorreu entre 2001 e 2020, número inferior ao das áreas desprotegidas.“O ritmo acelerado de eliminação destas florestas põe em risco a conectividade entre lugares essenciais da biodiversidade, assim como a resiliência climática das populações humanas amazônicas”, reportou a EcoCiencia em comunicado. Os dez cantões (municípios) do Equador que mais registaram desmatamento entre 2001 e 2020 representam 50% do total do desmatamento na região amazônica do Equador. Estes são Orellana (8,17%), Lago Agrio (7,35%), Pastaza (5,90%), Shushufindi (5,06%), Loreto (4,38%), Taisha (4,05%), Morona (3,81%), Tena (3,74%), La Joya de los Sacha (3,54%) e Gualaquiza (3,54%).Em nível provincial, somente na província de Morona Santiago, no sudeste, foram desmatados mais de 158 mil hectares de floresta no período 2001-2020, o equivalente a 25% do total nacional. Esta província, juntamente com Sucumbíos (norte), representou 46% (287 mil hectares) do desmatamento detectado, seguido pela província de Orellana (leste) e pela província de Zamora Chinchipe (sul), respectivamente. Juntas, estas quatro províncias (Morona Santiago, Sucumbíos, Orellana e Zamora Chinchipe) são responsáveis por 77% do desmatamento na Amazônia do Equador de 2001 a 2020.
fonte: Jovem Pan
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