A agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota da Rússia novamente nesta terça, 8, uma decisão que significa que o risco de um calote da dívida soberana do país é, aos seus olhos, “iminente”. A Fitch, assim como as outras grandes agências de classificação, colocou no início de março a nota da dívida de longo prazo da Rússia na categoria de risco de não ser reembolsada. A agência decidiu baixar a classificação novamente de “B” para “C”, devido à evolução de eventos “que minaram a vontade da Rússia de pagar a dívida pública”. Quanto menor essa nota, menos os credores confiarão no país e menos chance ele terá de arrecadar dinheiro a taxas de juros razoáveis.
Para justificar sua decisão, a Fitch citou um decreto presidencial de 5 de março autorizando a Rússia a pagar os credores de alguns países em rublos em vez de moedas estrangeiras. A agência também mencionou uma decisão do banco central russo de limitar a transferência de algumas obrigações para não residentes. “O fortalecimento das sanções e propostas que podem limitar o comércio de energia aumentam a probabilidade de uma resposta política da Rússia que inclui pelo menos um calote seletivo em sua dívida soberana”, analisou a Fitch. Também é possível que barreiras técnicas, como o bloqueio de transferências de fundos, impeçam o pagamento da dívida. Se isso acontecer, será a primeira vez que a Rússia declararia um ‘default’ desde 1998. A situação financeira do país se complicou por causa das sanções econômicas aplicadas pelas potências ocidentais como represália à invasão da Ucrânia.
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