Adultos jamais devem descuidar do contato das crianças com a internet e eletrônicos

Especialista em comportamento e educação, Fabiano de Abreu destaca que promover tempo seguro e de qualidade para as crianças em frente às telas deve sempre ser lembrado pelos pais.

Qual adulto nunca colocou um filme na TV, deu um smartphone ou um tablet para a criança se distrair e enquanto o pai a mãe cuida de outros assuntos? Isso não tem problema, desde que seja com moderação e cuidados.

 

A necessidade do controle parental

O neurocientista, psicanalista e psicopedagogo Fabiano de Abreu explica que o controle parental é cada vez mais necessário, “exagero nunca fez bem a ninguém, estes dispositivos não substituem os pais nem são tempo de qualidade se forem usados recorrentemente”, afirma o especialista.

É claro que a interação com a tecnologia faz parte do cotidiano, mas o contato físico no mundo offline é essencial, de acordo com o pesquisador. De acordo com ele, cada idade merece abordagens diferentes, “quando a criança é de tenra idade deve-se ter em atenção ao tempo que fica em frente a estes aparelhos, mas é mais fácil controlar os conteúdos.

Entretanto, quando a criança já tem mais autonomia, os cuidados devem ser redobrados, os pais não devem esquecer de, além de supervisionar a navegação na internet, adicionar uma lista de restrições”.

 

Atenção ao conteúdo

Sites como youtube e redes sociais podem e devem ser monitorados e filtrados para evitar conteúdos impróprios que envolvam violência ou teor sexual, até mesmo as fake news. “Mesmo que a criança não saiba escrever, os controles por voz são um aliado que muitas vezes os leva longe demais”, alerta Fabiano.

Com relação a adolescentes, os cuidados são outros. Nesta fase as regras devem levar em consideração a privacidade do jovem, “nestes casos, o limite da utilização deve ser em relação ao tempo, assim como o uso pode ocorrer em áreas comuns da casa”, sugere.

Aplicativos e sites de conversas e chats, obviamente, merecem atenção redobrada, já que são frequentes os casos de adultos que se passam por crianças, “Messenger, Facebook, Twitter, Instagram, WhatsApp, entre outros, podem ser veículos de acesso rápido aos nossos filhos por parte de estranhos”. Jogos online com interação entre jogadores também devem estar sob controle.

 

A conversa é o melhor caminho

“Os pais e educadores devem conversar sobre os perigos reais do mundo virtual e ensinar regras básicas, como nunca partilhar fotos ou dados pessoais. As crianças devem ter, desde logo, a consciência de que aquilo que está do outro lado pode ser bem diferente daquilo que nos é apresentado”, ressalta o neurocientista.

 

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