Com uma inflação acumulada em 4% de janeiro a setembro deste ano, o Brasil apresenta a quarta menor taxa dentre os países que integram o G20, grupo dos 20 países mais ricos do mundo. O percentual registrado no período só fica melhor no Japão, Arábia Saudita e China. A maior inflação do G20 é da Argentina, que ultrapassou 66% no acumulado de janeiro a setembro. A inflação no Brasil é menor que a de países desenvolvidos como, por exemplo, Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos e França. Entre os países da América Latina, o Brasil apresenta a segunda menor inflação no acumulado de janeiro a setembro, atrás apenas da Bolívia, que teve uma taxa de 1,8% no período. O levantamento é da Austin Rating, entidade especializada em classificação de risco de crédito. “Isso veio como consequência de dois choques econômicos globais. O primeiro foi a pandemia [da Covid-19], que acabou tendo impactos negativos na cadeia de produção global, afetando o lado da oferta. Então, quando a gente vê uma oferta reprimida, os preços tendem a subir. E esse efeito foi agravado com a guerra na Ucrânia, que acabou impactando muito, principalmente, o preço de combustíveis e commodities agrícolas. A gente vê o preços das commodities subindo muito ao longo do ano. Isso pegou no mundo inteiro. A inflação do mundo inteiro, até das economias desenvolvidas, subiu bastante. No Brasil, a gente já começou a ver a inflação revertendo para um processo de desinflação. Desinflação não quer dizer uma queda em preços, porque os preços continuam subindo, porém reverte para um período em que o nível da inflação vai ficando cada vez mais baixo”, analisa Francisco Nobre, economista da XP Investimentos.
Segundo Nobre, a inflação nos países da América Latina se aproxima do pico, porém por causa de pressões persistentes, o processo de queda dos preços deve ser lento na região, iniciando no quarto trimestre de 2022. “Isso está sendo impulsionado principalmente pelos preços dos alimentos e de energia. A inflação desses itens está acima de 20% na maior parte dos países da América Latina, e isso tem gerado muita pressão no efeito inflacionário. E, no caso da energia, gera efeitos de segunda ordem, quando o custo de energia afeta o preço de produção, e os produtores acabam tendo que repassar o custo mais alto para os consumidores pelo menos parcialmente”, diz. O Brasil registrou queda de preços por três meses seguidos, o que ajudou a segurar a alta do IPCA, que mede a inflação oficial do país. Em julho, a taxa acumulada no ano era de 5,49% e recuou para 4,1% depois da sequência de resultados negativos. O Real tem um bom desempenho em 2022. A projeção do dólar para o final do ano é de R$ 5 e para o final de 2023 de R$ 5,30.
fonte Jovem Pan