Projetos comerciais para bares e restaurantes deverão prever soluções para novas necessidades impostas pela Covid-19
Por: Daniel Ribeiro
É inegável o impacto que a pandemia trouxe para as nossas vidas, nos mais variados aspectos. Na arquitetura não é diferente. Espaços antes projetados para receber reuniões, celebrações e encontros agora precisam ser repensados.
Um dos setores mais afetados com pandemia – o de bares e restaurantes – precisou se adequar às novas medidas definidas pelas autoridades e, tais mudanças, devem trazer reflexos em cadeia, até mesmo no cenário pós-pandemia.
Nessa nova realidade, o desafio está em criar espaços otimizados e bem pensados em sua forma, função, funcionalidade e estética. Será cada vez mais determinante o papel de profissionais qualificados e com visão de projetos adequados a essa nova realidade do mundo, com reflexos para a própria arquitetura.
A perspectiva para o futuro é de que os projetos de bares e restaurantes devam priorizar cada vez mais espaços amplos e abertos. Pelo clima tropical do Brasil, e analisando os costumes da nossa população e a cultura regional, já temos o hábito de preferir espaços ao ar livre, abertos e arejados – preocupação que a pandemia nos trouxe e apenas reforçou tal prática.
Um dos princípios para os novos projetos sustentáveis no cenário pós-pandemia é a renovação natural de ar. Pautado na arquitetura bioclimática e no código sanitário do Estado de São Paulo, essa preocupação se tornou uma das principais orientações das autoridades de saúde durante a pandemia, ou seja, manter os espaços abertos e com circulação permanente de ar. A prática, além das preocupações sanitárias, é fundamental também na economia de energia e deve ser manter no que convencionou-se chamar de “novo normal”.
Outras medidas, como afastamento de mesas ou substituição de mobiliários por peças menores e mais eficientes, deverão colaborar para oferecer melhor circulação, segurança e afastamento dos clientes.
Os hábitos de higienização adquiridos na pandemia devem fazer parte de nossa rotina, mesmo após essa fase, por isso, é válido pensar estrategicamente em pontos de higienização, visando a circulação de colaboradores e clientes.
Para além da arquitetura, houve também uma mudança de costumes, intensificando o sistema de entregas e retiradas. Esta atuação requer uma estruturação diferente dos bares, restaurantes e comércios em geral, pensando nos fluxos de entrada, saída e preparo dos pratos, sem gerar interferência no salão de atendimento local. Isso deve ser muito bem estruturado ainda em fase projetual – no futuro, os novos projetos arquitetônicos desenvolvidos para este fim já deverão vir com a solução integrada para essa série de fatores que a pandemia impôs em nossa rotina.
Daniel Ribeiro é arquiteto e reconhecido por desenvolver projetos pautados pelo desenvolvimento sustentável no estado de São Paulo