O governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta quarta-feira, 10, durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, a possibilidade do Estado de iniciar a campanha de aplicação da quarta dose da vacina contra a Covid-19 em toda a população adulta, independente da recomendação do Ministério da Saúde. A proposta é que o novo reforço vacinal funcione, na verdade, como a dose adicional anual de 2022. “Imunossuprimidos, transplantados, pessoas que usam altas doses de corticoides, que fazem quimioterapia, pacientes com imunologia baixa, todas essas pessoas teriam que tomar a quarta dose, tanto é que estão fazendo desde dezembro. Então está muito claro que as doses de reforço acabam sendo importantes para alguns grupos e estender para outros se faz de forma criteriosa, científica e apolítica”, disse Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde do Estado de São Paulo, durante entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News.
O problema é que o Ministério da Saúde argumenta que não há dados suficientes para basear a decisão sobre o novo reforço vacinal. Mesmo assim, o secretário afirma que a decisão de ampliar a aplicação da quarta dose e o momento, público alvo e o imunizante a ser utilizado será feita com base na ciência e nas recomendações do comitê do Estado. No entanto, essa não é a prioridade nesse momento. “Precisamos vacinar em segunda dose ainda 2,2 milhões, especialmente 1 milhão são jovens de 12 a 29 anos, são os que mais circulam, eles precisam ser imunizados. Temos mais de 10 milhões que deveriam ter tomado dose de reforço e estamos com mais de 2 milhões de crianças que já tomaram a primeira dose, 53% do público etário, mas precisamos vacinar. Então, o foco inicial são esses grupos”, completou.
Jean Gorinchteyn também comentou sobre os números da Covid-19 em São Paulo. Segundo ele, o Estado se encontra em queda “progressiva e sustentada”, com percentuais significativos de redução. “Estamos há pelo menos oito dias em queda de 18% no número de internações nas enfermarias. Nos últimos seis dias com queda de 11% nas UTIs e na média móvel da última semana tivemos queda de 20% nas internações. Ontem [quarta-feira] foi a primeira vez que passamos a ter menos de 10 mil pacientes internados, mostrando e reforçando o quanto a vacina foi extremamente importante, atingimos um pico em 29 de janeiro e já estamos em descenso progressivo e sustentado com percentuais bastante importantes”, finalizou.
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