A Comissão Eleitoral Russa anunciou nesta quinta-feira, 15, que a Rússia realizará “eleições” locais em 10 de setembro nos territórios ucranianos ocupados pela Rússia que foram reivindicados como anexados em setembro de 2022. Essas eleições têm como objetivo estabelecer as assembleias regionais e os conselhos municipais nessas quatro regiões: Luhansk, Donetsk, Zaporizhia e Kherson, onde estão ocorrendo combates atualmente. A Ucrânia está em uma contraofensiva para libertar esses territórios, que têm sido cenários de intensos confrontos.
Quase um ano e meio após o início do ataque à Ucrânia, a Rússia controla aproximadamente 17% do território ucraniano, incluindo a península da Crimeia, anexada em 2014. O presidente russo, Vladimir Putin, reivindicou a anexação das regiões de Kherson, Zaporizhia, Luhansk e Donetsk em setembro do ano passado, após a realização de pseudo-referendos, apesar das críticas generalizadas da comunidade internacional e dos combates em andamento. Putin apresenta essas regiões como terras historicamente russas e argumenta que a Ucrânia terá que cedê-las para alcançar a paz. No entanto, a Ucrânia rejeita qualquer compromisso em relação à sua integridade territorial.
Nesta quinta-feira, a Ucrânia informou que seu exército está avançando na contraofensiva, apesar da forte resistência das tropas russas, especialmente na frente de batalha sul. Ao mesmo tempo, o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, visitou a central nuclear de Zaporizhia, que está ocupada pela Rússia. A visita tem como objetivo avaliar se a maior usina nuclear da Europa está em perigo após a destruição da represa de Kakhovka, no rio Dnieper, cuja água é utilizada para resfriar os seis reatores da usina.
